sexta-feira, fevereiro 27, 2009

José Maria de Almeida - O Homem e o Artista - I Centenário 1906-2006

Edição do autor
Concepção Gráfica Folheto Edições & Design, Lda
2006

Foi marcante a vida artística de José Maria de Almeida, desde o Palace Hotel, Liceu Literário Português, sem esquecer o Palacete da Rua do Lavradio do Marquês do Lavradio, onde ainda hoje se sentem fragrâncias de tantos notáveis, como Mandarino, Carlos Gomes, Sansão Pereira, Ney Tecídio, Dario Silva e outros.
Daquela Sociedade Brasileira de Belas Artes foi José Maria de Almeida, Director Artístico, por mais de 30 anos e aí teve ele a honra de assistir a partir de 1984, no Dia da sua Pátria (10 de Junho) à abertura oficial do “Salão de de José Maria de Almeida”, que acontece anualmente.
Ninguém distinguia nele a pessoa e o artista. Para-fraseando José Maria Carneiro, dir-se-á que: “Como pessoa era por todos querido; como artista, era por todos admirado”.
Viajou várias vezes a Portugal. Aqui pintou, como o fez em Espanha, na França, na Itália. Expôs na Casa das Beiras, no Porto e em Mangualde seu município natal. Saboreou as maravilhosas cerejas das suas cerdeiras, gravou os andores e as procissões, as ceifas, os rebanhos, as personagens e as fontes da sua terra. Caminhou nas ruelas de Montmarte, atravessou as curvas pontes de Veneza, sentiu o encanto florentino, a quentura meiga do Alentejo, os pregões da Mouraria e de tudo nos deixou inesquecíveis e belíssimos testemunhos.
Pelo seu valor e porque honrou a Cidade que o recebeu, foi-lhe outorgado o título de “Cidadão Carioca” e pelo muito que fez pelas Artes, foi-lhe concedido a Comenda de Grande Oficial da Ordem do Mérito, da qual é ainda hoje “chanceler” o grande Artista e Amigo Sansão Pereira.
Legou-nos José Maria de Almeida centenas de “filhos espirituais”, disseminados por terras do Brasil, Portugal e outros países; como deixou, qual vergôntea que rejuvenesce em todas as primaveras, raízes que cobrem o Mar, as quais alimentam o orgulho e a honra de todos os que o conheceram e de todas as gentes da sua Cunha Alta e demais terras de Azurara da Beira.
Tem José Maria de Almeida obras suas em vários Museus, nomeadamente no de “Maria da Fontinha”, em Além do Rio, Castro Daire, o qual alberga centenas de peças – pintura e escultura – de centenas de artistas plásticos brasileiros.
Na toponímia da Cidade de Mangualde e na freguesia de Cunha Alta, existem ruas com o seu nome, em merecida homenagem.
Na Casa da Cultura de Conservatória, no estado do Rio de Janeiro, encontra-se um busto, magnífico, de José Maria de Almeida, esculpido pelo também grande Artista e Grande Amigo, Gilberto Mandarino.
Por isso, as várias iniciativas para recordar o seu nome, a sua personalidade e a sua obra, na passagem do centenário do seu nascimento. Ocorrerão, por via disso, eventos alusivos, quer no Rio de Janeiro, quer em Cunha Alta, quer em Mangualde, quer no referido Museu Maria da Fontinha. E de todos irão sendo dadas informações.

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